Pesquisadores da UFCA e URCA integram estudo que revela potencial antibacteriano de planta da Chapada do Araripe
- 08/10/2025
- 0 Comentário(s)

Cambuí. Foto: Weverton Bezerra
Pesquisadores da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e da Universidade Regional do Cariri (URCA) integraram o estudo que identificou que o cambuí, planta frutífera nativa da Chapada do Araripe, possui compostos com potencial antibacteriano superior ao de alguns antibióticos convencionais frente a cepas bacterianas multirresistentes.
Os resultados foram publicados no Journal of Ethnopharmacology, a revista oficial da Sociedade Internacional de Etnofarmacologia, considerada uma das mais influentes na área de farmacologia de produtos naturais. Na medicina popular, a planta é utilizada para tratar inflamações, cólicas, problemas bucais e outros distúrbios do trato digestório, além de atuar na cicatrização de pequenas feridas.
A pesquisa foi liderada pelo doutorando Rafael Pereira da Cruz (UFPE), sob a supervisão das professoras Dra. Márcia Vanusa da Silva (UFPE). Na UFCA, o Laboratório de Microbiologia Aplicada (Lamap), coordenado pela Dra. Jacqueline Cosmo Andrade Pinheiro, foi responsável por realizar, com o óleo essencial do cambuí, os experimentos de inibição da formação de estruturas biológicas indesejadas e da erradicação de estruturas já existentes, chamadas de biofilmes.
Os resultados desses ensaios demonstraram que o óleo [do cambuí] apresenta potencial para inibir a formação de biofilmes e romper biofilmes já estabelecidos, o que representa um avanço significativo, uma vez que a formação de biofilmes é um dos principais mecanismos de resistência em infecções bacterianas, disse Jacqueline.
Além dos testes realizados em laboratório (in vitro), os pesquisadores das universidades públicas envolvidas também conduziram experimentos com o peixe-zebra, organismo modelo amplamente utilizado em estudos sobre doenças humanas. Especificamente sobre a escolha do cambuí caririense, os estudos de Rafael Pereira demonstraram que, apesar de essa planta frutífera ocorrer em outras regiões do país, características da Chapada do Araripe como clima, solo, relevo e altitude tornam os aspectos químicos do cambuí caririense distintos das demais regiões do país.
Na Urca, os estudos foram realizados pelos professores Henrique Douglas Melo Coutinho, Maria Flaviana Bezerra Morais Braga, José Weverton Almeida Bezerra e Irwin Rose Alencar de Menezes.
*Com informações da UFCA
Bruna Santos
Miséria.com.br