De Lavras da Mangabeira à UECE: jovem aprovado em Medicina ressalta papel da educação pública em sua conquista

  • 08/07/2025
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De Lavras da Mangabeira à UECE: jovem aprovado em Medicina ressalta papel da educação pública em sua conquista

Samuel é o sexto filho dos agricultores Damião e Ana. Foto: Arquivo pessoal / Samuel.

O jovem Samuel Sobreira Cavalcante, de 22 anos e natural de Lavras da Mangabeira, no interior do Ceará, conquistou recentemente uma vaga no curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Filho de agricultores, Samuel cresceu em uma casa com mais nove irmãos, onde o estudo sempre esteve presente como horizonte de mudança. E, durante seu percurso, a escola pública sempre esteve presente.

No ensino fundamental, passou pela E.E.I.F Francisco Assis de Sousa (Assis Lucena), em seguida concluiu o ensino médio técnico na Escola Estadual de Educação Profissional Professor Gustavo Augusto Lima.

“Meus pais são agricultores e desde sempre fui de escola pública. Depois que terminei o ensino médio, foi na pandemia e logo em seguida fui trabalhar e passei com a bolsa de Prouni 100% no curso de biomedicina na cidade de Cajazeiras -PB”, diz.

A vontade de cursar medicina surgiu durante a graduação em biomedicina. Nesse período, ele se deslocava diariamente à noite de Lavras até a cidade paraibana em ônibus disponibilizado pela prefeitura. “No período de estudos tinha que me virar nesses dois empregos e na faculdade à noite. Não fiz cursinho caros, estudava pela internet para medicina”, relata o jovem.

Samuel é o sexto filho dos agricultores Damião e Ana. Foto: Arquivo pessoal / Samuel.

Antes de alcançar a tão sonhada vaga, Samuel teve que conciliar dois empregos, faculdade e estudos, em uma rotina extenuante, que hoje é a realidade de muitos jovens. As horas de estudo eram encaixadas nos intervalos entre as obrigações. “Trabalhava de domingo a domingo e pra estudar era nos momentos de almoço e horários livres”, afirma.

Essa trajetória cansativa, cuja conquista deve ser celebrada, no entanto, não deve ser vista como a ideal. Samuel destaca que o acesso a mais recursos e uma estrutura de apoio maior poderiam ter proporcionado não apenas mais tempo de estudo, mas também mais qualidade nesse processo. “O recurso facilitaria sim, assim teria mais tempo para estudo, porque de início não tinha acesso ao cursinho e não tinha materiais, tive que trabalhar para poder comprar um notebook”, conta. Parte do material de estudos veio de doação.

Jovem passou em 2° lugar no vestibular da UECE. Foto: Arquivo pessoal / Samuel.

Educação pública como pilar


Para Samuel, a escola pública foi essencial para a conquista. “As duas escolas foi o que me motivaram e me repassaram o conhecimento para nunca desistir de estudar. Eu agradeço muito pelo ensino de qualidade que apesar de tudo, os professores qualificados que sempre me inspirei”, reconhece.

Ao saber da aprovação, a sensação foi de sonho realizado. “De muita felicidade e agradecido, de que algo muito difícil finalmente deu certo, em que com todas as dificuldades não impediu que eu conseguisse”.

Agora, o foco do novo estudante de medicina será resolver a parte burocrática, da matrícula, da documentação e do acesso ao sistema da universidade. Em seguida, pretende pensar no seu alojamento. “Organizar uma rotina de estudos me adaptando e aproveitando o que a faculdade tem para oferecer”, afirma.

Bruna Santos
Miséria.com.br


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